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Forças Policiais da Paraíba relatam como chegaram ao assassino de Patrícia Roberta menos de 24 horas depois do crime, em João Pessoa

publicado: 28/04/2021 16h20, última modificação: 30/04/2021 17h50
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- Foto: @marco_pimentel

A Polícia Civil da Paraíba, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros que, em ação conjunta, realizaram diligências e prenderam no final da noite de ontem (27) um homem de 23 anos, suspeito de ter matado a jovem Patrícia Roberta Gomes da Silva, 22 anos, receberam a imprensa na manhã desta quarta-feira (28) na Central de Polícia de João Pessoa, em entrevista coletiva para esclarecer como aconteceu o crime e como a Polícia chegou ao suspeito.

 

A coletiva foi coordenada pela delegada de Crimes Contra a Pessoa (homicídios) da Capital, Emília Ferraz, e teve a participação do Superintendente de Polícia Civil de João Pessoa, Luciano Soares, do Tenente-coronel Marcos Barros, comandante do 5o Batalhão da Polícia Militar, responsável pela localização do corpo, e do Tenente-coronel Almir Peixoto, do Corpo de Bombeiros Militar, chefe do Departamento de Operações com Cães, que foram utilizados durante as buscas.

 

Segundo a delegada da Polícia Civil da Paraíba, Emília Ferraz, o suspeito foi preso por policiais da Força Tática do 5º Batalhão da Polícia Militar, no final da noite de ontem, em uma casa no bairro de Mangabeira, zona sul de João Pessoa. 

 

A Polícia chegou até ele depois que um amigo foi até o apartamento do suspeito pegar alguns pertences.

 

“Vizinhos perceberam movimento no apartamento e ligaram para a Polícia Militar. Nossas equipes foram até o local e trouxeram Marcos para a Central de Polícia para prestar depoimento. Ele disse que era apenas amigo do suspeito e, como não havia provas contra o mesmo, foi liberado”, informou a delegada.

 

A prisão aconteceu após o depoimento do seu amigo. “Os policiais criaram o argumento de que precisariam levá-lo até a sua casa e quando chegaram lá, no bairro de Mangabeira, encontraram a moto e o próprio  suspeito  que ainda tentou fugir, mas foi preso em flagrante”, esclareceu o Tenente-coronel Marcos Barros, comandante do 5o Batalhão da Polícia Militar.

 

Ainda segundo a delegada Emília Ferraz, ele foi indiciado por feminicídio e ocultação de cadáver e o amigo vai responder a procedimento criminal por favorecer a prática do crime e esconder uma pessoa que estava sendo procurada pela Polícia. 

 

Para o Tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Militar, Almir Peixoto, a união das forças policiais foi fundamental para o êxito das buscas. “Nós realizamos uma verdadeira operação de busca, incansavelmente, até encontrar o corpo da jovem Patrícia Roberta. Gostaríamos que o desfecho tivesse sido outro, mas infelizmente a jovem já tinha sido morta de forma cruel e sem qualquer chance de defesa. Foi um trabalho que reuniu as Forças Policiais e isso demonstra que é preciso estarmos cada vez mais unidos em defesa da sociedade”, disse.

 

Entenda o caso

 

A estudante Patrícia Roberta, 23 anos, moradora de Caruaru (PE), saiu de casa na última sexta-feira, 23, para passar o fim de semana em João Pessoa (PB), onde ficaria hospedada no apartamento de um amigo. Eles já se conheciam há cerca de 10 anos, quando o rapaz foi estudar em Caruaru, mas depois voltou a morar em João Pessoa, mantendo contatos frequentes com Patrícia.

 

Ele havia prometido a Patrícia que a levaria para conhecer as praias da Capital paraibana, mas deixou a moça sozinha no apartamento no sábado, 24, à noite e fechou a porta, alegando que seria para a segurança dela. 

 

Ela ficou desesperada e ainda manteve contato com a mãe, Vera Lúcia, até a manhã do domingo, 25, quando estava triste e disse ter sido mantida presa no apartamento do “anfitrião” enquanto ele saiu. Quando o rapaz retornou, Patrícia desligou o telefone e não deu mais notícias à família. A última vez  que falou com a mãe por uma rede social foi às 12h06 minutos do domingo.

 

O pai da moça contou que ela havia conhecido esse jovem há algum tempo, mas a família dela teria sido contra a aproximação dos dois, que se reencontraram depois pela internet, onde passaram a se comunicar até que ele convidou-a para vir à capital da Paraíba para passar o fim-de-semana.

 

A situação ficou cada vez mais complicada e os pais de Patrícia resolvera viajar até João Pessoa, onde procuraram a Polícia e registraram um Boletim de Ocorrência na noite da segunda-feira, 26.  A partir daí começaram as buscas por Patrícia, mas quando a Polícia chegou ao apartamento do rapaz não havia mais ninguém.

 

Relato macabro

 

Um dos vizinhos disse aos policiais ter visto ele saindo de madrugada com um carrinho de mão transportando um tambor de lixo. Ao seguir o suspeito, o vizinho disse que ele ficou nervoso, deixou o tambor cair do carrinho e pôde verificar que um corpo estava sendo levado. O suspeito, então, teria discutido com o interlocutor. Em seguida, voltou para o prédio e saiu de motocicleta para concluir a tarefa.

 

As imagens do circuito de segurança de prédios vizinhos mostram o rapaz saindo em disparada em uma moto com um volume semelhante a um corpo enrolado em lençol e um saco plástico e tomando destino ignorado.

 

Dentro do apartamento a Polícia encontrou um livro de magia negra e uma espécie de altar. Além disso havia uma lista com o nome de 22 mulheres, entre eles estava o nome de Patrícia, o que leva a Polícia a acreditar que o crime foi premeditado.

 

Depois de várias horas de buscas, as Polícias Civil, Militar e o Corpo de Bombeiros Militar encontraram o corpo de Patrícia em uma mata próxima a um condomínio no bairro Novo Geisel, zona sul de João Pessoa. O corpo estava enrolado no lençol, coberto por um saco plástico e preso por várias fitas adesivas, já em estado de decomposição.

 

O corpo de Patrícia Roberta Gomes da Silva, 22 anos, foi levado para o Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC), onde precisará ficar por 24 horas em geladeira apropriada devido ao estado de decomposição, para então serem iniciadas as perícias.  

 

O suspeito está preso na Central de Polícia de João Pessoa, onde aguarda audiência de custódia e ficará à disposição do Poder Judiciário. O amigo dele  também será processado, mas vai responder em liberdade.



 

Assessoria de Imprensa. Polícia Civil da Paraíba